Em poucas linhas, é possível descobrir diversas facetas da vida em alto-mar. Em nossa primeira viagem, havia muitos momentos de reflexão e encaramos situações totalmente inesperadas. Leia esse breve relato de Wilhelm, tirado do livro Dez Anos no Mar, de Heloísa Schurmann:
8 de outubro – sábado – 3º dia de mar
Hoje minha mãe acordou só às nove horas, pois ela deu seu quarto até as seis horas da manhã. As aulas começaram só mais tarde. Fiz uma redação: A Máquina do Tempo.
Que gozado, velejar num barco é o mesmo que estar na máquina do tempo, pois já estivemos em lugares futurísticos como cabo Canaveral, nos EUA, em lugares antigos e históricos como English Harbour em Antiqua, em lugares primitivos como as Ilhas San Blás, no Panamá, e em lugares pré-históricos como as Ilhas Galápagos.
Também escrevi cartas para meus amigos. Me lembro sempre dos meus colegas da Escola Dinâmica. Será que eles se lembram de mim? David diz que lembrar eles lembram, mas têm preguiça de escrever cartas. É, pode ser…
O vento está fraco e o barco só anda cinco nós. Acho que a Winnie está melhor. Minha mãe quebrou uma obturação no dente, quando mordeu um caroço de ameixa. Ela vive dizendo para a gente não fazer isso! Aí meu pai pegou a caixa de instrumentos e deu uma de dentista e consertou o dente dela.