No primeiro dia que começamos a sonhar em sair navegando pelo mundo, a maior das nossas preocupações era com a educação de nossos filhos.
Pierre foi matriculado no CIER, do Colégio Anglo-Americano, enquanto David e Wilhelm tinham levado um currículo da Escola Dinâmica, que “treinou” Vilfredo e eu como professores de nossos filhos. Levamos a bordo enciclopédias, dezenas de livros de literatura e todo o material didático necessário.
Quando partimos em 1984, o barco estava pesado. Mas o que realmente mais pensava era nossa consciência: havíamos tirado nossos filhos da escola!
No início só não fiquei maluca porque o espírito de aventura era maior que o nosso senso de humor. Acotovelados e amontoados ao redor da minúscula mesa do barco, virei professora de meus filhos. Aos poucos, porém, cada um foi achando seu espaço, descobrindo suas habilidade e tornando-se criativo.
Cada situação vivida foi aproveitada para algum tipo de ensinamento. Os vulcões foram estudados ao velejarmos pelas ilhas do Caribe; em Santa Lúcia visitamos a cratera do vulcão Soufrière; estudamos a migração dos pássaros, das baleias, dos atuns; em Galápagos, estudamos a teoria de Darwin. As lições de navegação astronômica e o estudo da aparelhagem eletrônica confirmaram muitos dos cálculos matemáticos e a leitura se tornou lazer, aprendizado e sala de discussão a bordo.
Estendi a sala de aula além do novos horizontes, tornando o dia-a-dia uma grande lição de vida!