Nada havia me preparado para esse país. Indicado com 3 letras, PNG na realidade é uma das mais diversas culturas do Pacífico Sul. Além de falarem mais de 800 dialetos, as várias tribos espalhadas por aqui têm culturas totalmente diferente umas das outra.
Muitos avisos de perigo de ataques a veleiros, pirataria, nos deixaram bem assustados. Uma amiga que mora aqui, a Ann Green, nos desaconselhou visitá-la, pois não garantia nossa segurança no veleiro.
Primeira parada: Porto de Alotau, para dar entrada do barco. Descemos em terra e, de repente, encontramos uma multidão de pessoas, a maioria jovens sentados debaixo das árvores e muita gente andando na cidade. Cheia de supermercados, várias lojas, uma agência de banco e o mercado. E, de repente, somos olhados como ETs, ou estrangeiros. Não havia ninguém de cor clara na rua, e olha que eu sou morena. Éramos os únicos estrangeiros.
Sabe como você encara uma pessoa diferente por ser de outra raça ou de outra cultura? Pois é, dessa vez EU era a pessoa diferente.
A visita ao mercado foi uma experiência incrível. Todos olhando perguntando, rindo e se divertindo com nossas perguntas, e eu comprando frutas e verduras.
Saímos de Alotau e, de repente, foi como passar por um túnel do tempo. Chegamos na vila de Gona Bara Bara, uma ilha pequena onde vivem 3 famílias, 59 pessoas.
Desembarcamos em terra e curiosos vieram nos espiar. Devagar fomos chegando e, tímidos, cumprimentaram em inglês: “Hello”. As crianças sorrindo logo quebram o gelo e, de repente, as mulheres e homens estenderam as mãos nos dando as boas vindas.
Nossa tentativa de aprender a dizer “bom dia” e “olá” no dialeto dessa ilha gerou uma gargalhada geral. Descobrimos que somos os “dimdims”, que significa estrangeiros.
E esse foi nosso cartão de visitas: o sorriso.
Minha bola de globo fez sucesso. Vimos as carinhas de curiosidade e espanto ao verem a distância percorrida do Brasil até aqui para vê-los!
A vila com 59 pessoas, das quais 39 são crianças, é linda, com árvores frondosas e muito limpa com casas de palha, bancos na praia e até uma quadra de vôlei.
No fim do dia, já havia visitado as casas das 3 famílias que moram na ilha, 59 pessoas, e feito novas amigas. Elas cantaram para suas músicas tradicionais na hora que voltei para o barco.
Dormir à noite sem se preocupar com o perigo dos piratas, foi bom demais.