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26/07/2016

Uma avó quase tradicional

Uma avó quase tradicional!

Hoje acordei antes de todo mundo. Fui para a cozinha e fiz minha receita especial de bolo de chocolate. O aroma da baunilha e do cacau logo se espalhou pelo veleiro Kat, invadindo as cabines e acordando a tripulação.

Em pouco tempo, todos já estavam sentados em volta da mesa e se entreolhavam, curiosos. “Por que a Formiga está fazendo um bolo?”, perguntavam.

Nunca consegui ser uma avó tradicional, daquelas que levam os netos para o shopping e que sempre têm coisas deliciosas em casa para oferecer no lanche, em frente à televisão.

Quando estou com meus netos, temos outras coisas para fazer juntos. Mas sempre são muitas coisas divertidas. Se estamos perto da praia, andamos de caiaque, fazemos snorkel ou SUP (Stand Up Paddle). No barco, eles participam das manobras e vela, ou sentamos na proa para contemplar os golfinhos, as baleias, os pássaros.

E como é bom acampar com eles! É quando descobrimos a natureza e viramos aventureiros e exploradores. Subimos montanhas e desbravamos trilhas para descobrir lugares curiosos ou misteriosos. Na companhia deles, a diversão é sempre garantida. Como quando inventamos jogos, experimentamos receitas culinárias e fazemos arte e pintando camisetas.

Há alguns meses, já durante a Expedição Oriente, como foi legal receber meu neto Kian no barco quando estávamos na Patagônia! Tivemos bolo no acampamento ao redor da fogueira, para celebrar seu aniversário de seis anos. O ponto alto foram as longas cavalgadas no meio da floresta, as expedições de 4×4 e passar o dia na Ilha dos Pinguins.

Tenho a alegria de ter o Emmanuel, de 25 anos, na Expedição Oriente desde o início. Com ele a bordo, estou compartilhando o olhar jovem de ver a vida. Seu irmão, Sebastian, 21 anos, navegou esses últimos dois meses conosco na Ásia. Foi maravilhoso! Somente os gêmeos Chloe e Guilherme, que ainda estão com 3 anos e meio, precisam crescer um pouquinho mais para participar das nossas viagens de veleiro.

Ah, eu adoro ter meus netos por perto, a bordo e compartilhando as nossas aventuras! E como é gratificante ver que eles têm a mesma preocupação com a proteção dos oceanos e o mesmo amor pela causa da conservação ambiental. E me orgulho em poder proporcionar a eles a oportunidade de conhecer o mundo e entender diversas culturas.

Tudo isso passa pela minha cabeça enquanto espalho a cobertura de brigadeiro no meu bolo, tendo olhares atentos, curiosos e desconfiados, seguindo cada movimento da espátula.

Foi justamente Emmanuel, quem quebrou o silêncio: “Ok, Formiga, por que você fez este bolo? O que vamos comemorar?”

“Hoje é Dia dos Avós”, respondi. “Resolvi comemorar como uma avó”.

“Uau! Dia dos Avós!”, animou-se Emmanuel. “Temos que fazer uma coisa bem especial. Você quer me ensinar a andar de SUP sem cair, como você”.

O melhor em ser uma avó quase tradicional, é que posso fazer bolo de chocolate sempre que quiser! Amo muito vocês: Emmanuel, Sebastian, Kian, Chloe e Guilherme.