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21/04/2015

Batalha Naval no Chile – parte 2

Hoje vamos continuar a história do nosso capitão, sobre a Batalha Naval do Chile.
Se você perdeu a parte 1, confira aqui.

O tempo passava rápido e os oficiais da artilharia inglesa mostrava as distâncias da zona de tiro ao impaciente almirante. Os cruzadores britânicos podiam aproximar-se a uma velocidade superior à dos alemães, cujos cascos estavam com limos e cracas devido a meses de navegação e sem ir a docagem.

O comandante britânico queria ter junto de si o Otranto que não fazia mais do que uns 12 nós. Cradock, comandante inglês, não queria se humilhar e, por isso, estava na disposição de travar uma batalha custe o que custar, mesmo sem o Canopus.

Von Spee, por seu lado, percebeu bem a sua situação. Enquanto tinha o sol pela frente, os equipamentos de precisão não estavam ao ponto de serem eficazes e assim, não deveria travar uma batalha nessas condições, tinha que deixar o sol cair no horizonte e aproveitar aqueles últimos minutos do dia, aproveitando que o esquadrão britânico ainda estava iluminado e os seus navios já quase no escuro.

Os navios alemães e ingleses estavam a uma distancia de 11,5 milhas suficientes para o alcance dos canhões de grosso calibre. Os navios alemães Gneisenau e o Scharnhorst dispararam tiros atingindo primeiro o Good Hope navio que estava o almirante. Os artilheiros ingleses, a maioria reservistas convocados um mês antes de eclodir a guerra, não possuíam a pratica dos profissionais alemães que estavam muito tempo no mar e com mais experiência de combate.

Os alemães chegaram mais perto, seis milhas de distancia, dos navios britânicos e aniquilam o restante da frota e a batalha estava terminada.

O almirante alemão ordenou o Gneisenau a perseguir o cruzador Glasgow, um navio mais moderno e rápido, que conseguia impor uma velocidade de 25 nós. A perseguição não teve sucesso, porque a velocidade do navio alemão era de 22 nós e, com o casco sujo, alcançava o máximo de 17 nós de velocidade.

Nesta batalha ficou constatado que os velhos cruzadores-couraçados britânicos eram fonte de desprestígio e aborrecimento para o Almirantado inglês.

Winston Churchill, então o primeiro Lorde do Almirantado, equivalente a ministro da Marinha, mandou aparelhar dois modernos cruzadores de batalha, o Inflexible e o Invincible e seguir para o Atlântico Sul, a fim de dar caça ao esquadrão de Von Spee. O almirantado britânico tinha escolhido os dois por serem excelentes cruzadores de batalha. Estavam dotados com poderosas turbinas a vapor Parsons que conseguiam a velocidade de 25,5 nós, com motores de 42 mil HP.

Eles deveriam juntar-se ao couraçado Canopus e ao cruzador Glasgow nas Falkland. Com a sua carga completa conseguiam percorrer 3.100 milhas náuticas a 23 nós. Da Inglaterra até as ilhas Falklans os dois navios levaram somente 26 dias.

Como curiosidade, na época o império britânico ocupava 27% da superfície do globo. Portanto, além dos dois modernos navios os ingleses ainda contavam nas Falklands com cruzador-couraçado Cornwall e os cruzadores ligeiros Glasgow, Bristol e Kent, bem como o couraçado Canopus.