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12/11/2015

Mulheres a bordo

Jean Baret era um botânico francês e, com 26 anos, a bordo da expedição comandada por Louis Bouganville, partiu da França, em 1766, para uma viagem de pesquisas ao redor do mundo. Foi Jean quem recolheu a flor que batizou de buganvília, em homenagem ao comandante, no litoral do Rio de Janeiro. Como assistente do renomado botânico Commerson, durante três anos, Jean catalogou mais de 6.000 espécies. Os dois navios de Bouganville completaram a circum-navegação do planeta.

Mas, na verdade, Jean era Jeanne, uma jovem disfarçada como homem para poder embarcar e participar da viagem numa época em que era proibido mulheres embarcarem em navios. Assim, ela se tornou a primeira mulher a dar a volta ao mundo.

Mas isso foi em 1776. Hoje, as mulheres navegadoras estão em navios e submarinos das Marinhas de todo o mundo, nos veleiros, nas expedições cientificas, no patrulhamento das costas e dos mares e na defesa da ecologia marítima, a bordo dos navios do Greenpeace. E as mulheres navegadoras quebram recordes enquanto enfrentam os mares para se superarem.

Krystyna Liskiewicz, polonesa, foi a primeira mulher a circum-navegar o mundo solo. Ela saiu das Ilhas Canárias em fevereiro de 1976 retornando em abril de 1978. Foram 401 dias velejando sozinha, tendo o rádio como único meio de comunicação.

O feito de Kay Cottee é tão incrível quanto o da Krystyna, só que Kate não ancorou em nenhum lugar. Isto foi em 1988 e foram 189 dias no mar.

E na minha lista não poderia faltar a australiana Jessica Watson. Aos 16 anos, ela completou a volta ao mundo pela Latitude Sul. A bordo do Ella’s Pink Lady, todo cor-de-rosa, Jessica velejou por sete meses retornando a Sydney em maio de 2010 para um estrondosa recepção do público.

Superando desafios ou velejando por prazer, estamos a bordo. Conquistamos esta última fronteira e não temos planos de sair daqui. Cada vez mais as mulheres estão no leme de veleiros. Vejo isto todos os dias e comparo esta terceira volta ao mundo com meu início nessa aventura 31 anos atrás. Naquela época, o esporte a vela tinha pouquíssimas mulheres. Hoje, encontro mulheres de todas as idades em todas as fases da vida usufruindo do esporte: não o melhor de dois mundos, mas o melhor de muitos e infinitos mundos.

Ser mulher e mãe nunca foi uma desculpa para realizar meus sonhos. Aliás, meus filhos e minha filha se tornaram meus companheiros das mais incríveis aventuras.

Uma boa bagagem profissional e cultural é muito importante para qualquer grande conquista. Você pode iniciar a sua caminhada em direção ao seu sonho através de um curso superior na Estácio. Conheça as opções e dê início à sua história.